Acometido há alguns dias de um problema otológico que agudizou no final de sábado resolvi procurar um ORL.
Entrei na clínica e me dirigi à secretária para fazer as identificações mínimas necessárias.
Sentei-me, abri José e seus Irmão de Thomas Mann. Em sala de espera é sempre aconselhável dispor de um livro que prenda a atenção para que o tempo transcorra mais agradável.
Minha consulta foi motivada por uma surdez súbita no ouvido esquerdo: havia tentado uma ligação telefônica e pensei que o telefone estava sem linha; apresentava apenas um chiado; apenas após ter colocado o aparelho no ouvido direito é que percebi que o problema não era da linha mas de meu ouvido.
Após uns 45 minutos de espera escutei muito dèbilmente alguém pronunciar o nome Paulo. O único na sala com este nome era eu.
Encaminhei-me em direção ao chamado e descobri uma porta aberta onde havia alguém de branco me esperando.
Com um comprimento rápido, mandou-me sentar em uma cadeira de exame que já estava próxima á porta.
Pràticamente não se entra na sala. Não existe o ritual de uma consulta genuína. Não se tem tempo de inspecionar o ambiente: aquela troca de energia necessária para sedimentar o mínimo de confiança médico-paciente. A sensação é a de uma peça caindo em uma esteira de linha de montagem para ser inspecionada.
Poucas perguntas, inspeção rápida dos dois ouvidos e garganta, o tempo de "fazer o relatório"(dar a receita) e pronto.
No máximo 2 ou 3 minutos.